quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

menipo

nos lençóis de linho se engomaram
os corpos ressequidos dos amantes;
recendiam odores, sobre as ocres
paredes, as peles com seus suores.

ali amou, no perdido destempero,
as noivas rubras, as vadias moças;
tanto buscou nos becos o encoberto
que a noite de estrelas vista das poças

nas ranhuras da rua de pedra-sabão,
no lampejo dos lampiões cindidos,
fora do quarto uma ilusão luzente.

jaz agora sobre linho e colchão
o rosto neste quieto colo lúcido
que ri do pacto dos amores crentes.


(oswaldo martins)

Nenhum comentário:

Postar um comentário