terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quarta, dia 31

Quarta, dia 31

Quando eu saía da cabana de campo prá cidade, o Senador conseguia a chave e invadia de noite pra censurar fotos e charges que ridicularizam os traços e os gestos de meio século de sua lambança. Hoje ele entrava com cara amarela por não esperar que estivéssemos ali, como estávamos a gravar com Glauber, os fios do asqueroso moustache na botija. Percebíamos ao despertar que a aparição hedionda era um mau agosto que acabava.


Cláudio Correia Leitão

Um comentário:

  1. Luiz Fernando Medeirosquarta-feira, agosto 31, 2011

    A prosa poética do escriba é concentrada, voraz, corroendo com Glauber a pose interminável do currupira político. Prosa corrosiva no melhor estilo graciliânico, com baba de bode e coentro armandiano.
    Luiz Fernando Medeiros

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