domingo, 24 de junho de 2012

poema do saco cheio


1

curto
a noite improvável

as horas
bastam

zumbem
zumbem

como sempre

2

ou
entre as opções

nenhuma

3
para cláudio leitão

ainda

a história
do sargento zé pretinho

ou da mariinha

entre tiradentes
e barbacena

cutucam a memória
das boas horas

4

talvez
a ausência dos amigos

faça da noite
comovida

magra
como uma canja de galinha

5

nem o ogro
nem o logro

apenas a casa
do agra

sustém

as horas
que passam

6
para sérgio sant”anna

no voo da madrugada
três textos do olhar

olham

a mulher nua
a figurante

ou
as meninas de balthus

e fazem doer
as horas

7

se é o dia bonito
no rj

se faz sol
e o azul de outono

tempera
estar desoras

a noite vive
como um aviso

de sinistros

(oswaldo martins)

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