quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Baralho cigano

Certa vez fui com Eugênio à editora Pallas. Os tempos estavam bicudos, era o governo do confisco, e consegui, com uma amiga, um trabalho pra ele. Claro, fui intermediário, pois quando falei com esta minha amiga, as portas se abriram, pois Eugênio era o Eugênio, o maior capista do Brasil.

Pois bem, quando chegamos à editora, a mesa de todos os membros responsáveis pela casa estavam a postos, esperando por Eugênio. Ao entrarmos e sentarmos à mesa de reunião, não me lembro quem afirmou que conhecia Eugênio desde outras gerações. No ato, como costumava ser meu querido amigo, veio um “é verdade, lutamos juntos na Batalha de Aljubarrota, e eu era o judeu negro!”.  Cumprimentaram-se como dois irmãos de luta, e a conversa começou.

Eugênio deveria fazer o projeto gráfico de um tarô cigano e desenhar as cartas cujo texto seria escrito por Naldo, pai de santo que tinha seu abaçá lá pelos lados da Ilha do Governador. De posse das informações, Eugênio começou a criar. O resultado é o mais belo baralho cigano jamais visto, com suas mulatas de tirar o fôlego.


(oswaldo martins)

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