quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Poemas eslavos

2

Amo os grandes vagabundos

os maravilhosos vagabundos

os vagabundos que planam pelas ruas das periferias

com asas sumptuosas

com pombas na cabeça

com o próprio coração,

como uma pedra, atado entre as mãos

amo os grandes vagabundos

os maravilhosos vagabundos

que , como martelos delirantes,

quebram a astúcia dos espelhos

e dizem

naquela sua gíria dura e estranha,

mas bela,

que deus também se revela

entre as pernas das prostitutas.


(Luís Costa)

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